Dos apoiantes do dia da apresentação, aos apoiantes e colaboradores da campanha enumerados no blogue já viram os abrantinos que desapareceram dessas listas, o advogado José Amaral e o advogado Eurico Consciência.
Nunca o candidato do PSD se sentiu no dever de esclarecer os abrantinos sobre o sucedido. Ora essa omissão só pode ser entendida, como um grosseiro sentimento de desprezo e de falta de respeito para com os abrantinos. Principalmente, diante do facto melindroso, do candidato vir da Ponte de Sôr, onde foi autarca.
Agora foi alvo de alguma deslealdade, um ex-presidente do PSD e líder da bancada municipal nos últimos oito anos, onde teve como companheiros de bancada os actuais candidatos nº 2 e nº 4 da lista à câmara, para além de outros dois presidentes de junta que prosseguem nesta candidatura.
Não importa para aqui, saber das questões internas do PSD. O que está em jogo e pertence ser avaliado por todos os abrantinos, é a situação de alguém que vindo de fora do concelho, se quis passar por abrantino e acabou por repetir até à exaustão os nomes dos avós, dos tios e das tias, dos primos e primas, para disfarçar esse logro inicial, e de seguida, se apresentar como um falso campeão do diálogo, quando afinal apenas vem juntando à sua lista "yes men", recorrendo a eufemismos nos candidatos de "humildes e respeitadores", ao mesmo tempo que vai avisando que os vereadores são uns "dependentes" do presidente da câmara e "que não lhe interessa discutir nomes de candidatos".
Quanto à lisura de procedimentos, sabemos agora que em questões de frontalidade e de carácter, usou de má fé desde o primeiro momento da sua apresentação, não só com este como com outros hipotéticos candidatos. Não passou em claro a referência que fez à Rádio Tágide, de que há muito que tinha esta cabeça de lista na manga, só que não a quis apresentar mais cedo. Resta saber, e a seu tempo o iremos saber, quantos mais elementos da sua candidatura sabiam desta deslealdade, nomeadamente, entre aqueles que têm ainda assento na Assembleia Municipal e os dois vereadores em exercício, sendo um deles familiar do líder da bancada municipal.
Estas questões não são mais questões internas do PSD. Porque os nomes que vimos referindo, são neste momento, eleitos municipais e ocupam esses órgãos municipais. Logo, não podem deixar de servirem de referência - neste caso de má referência - os factos assinalados, por não augurarem bom futuro, e sã vivência democrática local, já que esses cargos são remunerados pelo erário municipal.
As escolhas que qualquer partido apresenta, não podem ser mais em razão do interesse "controleiro" do candidato à câmara, como no caso em apreço, ainda por cima do ex-vereador da Ponte de Sôr. Nem pode o candidato à câmara pelo PSD vir invocar que irá ter candidatos de todas as freguesias, quando logo depois argumenta que quaisquer vereadores, serão sempre "dependentes" do candidato à câmara, caso este fosse eleito como tal.
Porque por maioria de razões, o que vale para os vereadores, maior aplicação recolheria no caso dos deputados municipais e muito mais ainda no caso dos eleitos para as juntas de freguesia. Ora o Poder Local é um poder democrático, onde não cabem exemplos de cesarismos-bonapartistas ou outras espécies encapotadas de despotismo mais ou menos esclarecido, mas sempre totalitário e abusivo.
A postura deste candidato à câmara pelo PSD está omissa e falha, quanto à elevação moral e ética minimamente necessárias nestes desempenhos. Como estamos em pré-campanha eleitoral, esta é matéria que importa aprofundar em nome do interesse local. O candidato do PSD não se pode mais esconder, nem evitar as explicações devidas aos abrantinos. Esta matéria terá que ser debatida em público, quer o candidato queira ou não. Porque os abrantinos merecem e exigem ver tudo muito bem aclarado.
Os abrantinos depois de dezasseis anos debaixo da tutela de um estranho, que chegou ao poder e instituiu o "medo e o terror" no dizer de outros socialistas, não podem agora deixar-se amarrar a nova canga ditatorial.
Tão simples quanto isso.
João Pico
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