Não há volta a dar-lhe. A candidata do PS está encurralada. Não pode dizer, nem prometer nada, sem que lhe aponte logo a cumplicidade de quem sempre esteve conivente com a sobranceria e arrogância do errático actual presidente da câmara. Acresce, que o caminho está minado. Há problemas que nem Nelson de Carvalho já seria capaz de desenvicilhar-se deles, quanto mais a sua inexperiente sucessora.
Mesmo que quisesse e tivesse determinação própria para o fazer, não poderá dizer nunca, que irá fazer algo que possa ir contra o que os "barões de Lisboa" e os 22 do secretariado, subordinados ao poder local agora comandados por Jorge Lacão, sempre defenderam em Abrantes. Estão lá todos candidatos à Assembleia Municipal. Se tivessem maioria iriam fechar-se ainda mais, sobre si mesmos, receando qualquer ideia de mudança ou de renovação que lhes colocasse em causa o seu estatuto. Eles são a "FNAT" local. A "Federação Nacional dos Agarrados ao Tacho"!
A candidata do PS está encurralada. E se aparenta ter consigo uma equipa renovada, tudo isso não passa de mera aparência. Propositadamente trabalhada, para gerar esse efeito virtual, talvez sem ela se aperceber exactamente, dessa teia que já a cercou, sem apelo nem agravo.
Um candidato a vereador, repetente, talvez pudesse ser o mais inovador. Só que não tem ideias fora da área do desporto. E a época, já não está para ir atrás de futebóis...
Dois candidatos de fora da terra, que ao contrário do que outros dizem, até sabem alguma coisa da realidade local. Só que a rotina em que estão imbuídos, não os deixa inovar seja o que for. São fruto do sistema rotineiro, burocrático e asfixiante de todas as iniciativas locais. São administrativos, apenas desejosos de cumprirem calendário até chegarem a outro patamar, na promoção da sua carreira. Por isso, não irão arriscar nada, nem fazerem ondas.
As outras candidatas da lista do PS, são meras burocratas sem a necessária experiência.
A candidata nº 1, mesmo podendo ser a menos burocrata, nunca deixou de mostrar um pendor para se fechar no seu laboratório e programar a vivência de todos nós, como se o concelho coubesse em meia dúzia de tubos de ensaio manipulados pelas suas mãos, com a frieza e o calculismo, que não abonam nada a seu favor. Vidé a indiferença à saúde pública, no caso das análises da água do Sardoal, cujp elevado teor de pesticida, nunca aconselharia ninguém a "guardá-las na gaveta", até as virem levantar e pagar. Como não as pagaram,não tinham "direito" a saber do perigo que todos correram, foi a conclusão a retirar dessa estranha atitude da vereadora, e chefe do laboratório.
Daí, que a sua campanha seja uma fuga para a frente, ao arrepio de promessas de subsídios e benfeitorias para as associações locais, muitas das quais, que a vereadora de há dois anos e meio a esta parte, nunca havia visitado antes. Agora é tarde demais, para voltar atrás. E o sorriso por muito rasgado e sedutor, já não colhe, mesmo diante do elogio fácil ao trabalho meritório das ditas instituições. Porque tem sido de uma frieza e hipocrisia confrangedoras, a nota de elogio da candidata, quando diz que aprecia o trabalho desenvolvido sem que ela vereadora, tivesse interiorizado sequer, que como executiva municipal, falhou redondamente, também lá devia ter estado antes na vivência dessas instituições. Falhou por omissão. Nunca lá tinha estado antes, junto dessas mesmas instituições, quando algumas até estão no percurso do seu caminho diário, no fim de contas, pago por todos nós.
Estamos num tempo de exigências e de respostas imediatas e directas. Há desemprego, pairam no ar ameaças de fome. Por cada dia que passa, as soluções têm que duplicar, mas sem repetições e experiências caducas, já gastas e falhadas.
As associações com dois ou três dirigentes, quando não está lá apenas um dirigente tido como próximo do PS, não valem nada diante da vontade e da insatisfação dos eleitotres em geral. Nem um candidato do PS à junta pela primeira vez e muito menos, daqueles nove ou dez presidentes de junta repetentes, têm já obra feita que faça calar a insatisfação dos fregueses.
A candidata do PS está encurralada.
São rosas senhor, são rosas, é tudo quanto poderá dizer. Mas de pouco lhe pode valer...
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