domingo, 5 de julho de 2009

A quem compete mandar e zelar pela candidatura à Câmara, senão ao candidato...

Se dois candidatos, à revelia da vontade e do conhecimento dos outros 70 candidatos, nas costas do cabeça de lista à Câmara vão para o escritório do advogado e candidato do PSD pedir uma coligação ou saber se era possível uma coligação, isso só pode ser entendido de uma maneira: "um disparate" e " coisa de loucos"!
Um "disparate" e "coisa de loucos" foram as palavras exactas que o Presidente da Distrital disse ao candidato à Câmara quando este lhe relatou o episódio da reunião. Portanto, como o Presidente da Distrital lhe dissesse que estava em Marrocos e que só poderia ser contactado na semana seguinte, isto significava que só restaria ao candidato à Câmara conduzir a resolução do problema. Tanto mais, que conhecendo-se a sua forte acção centralizadora e uso de poder pessoal, na condução da Distrital, nem sequer era de admitir poder socorrer-se de outros dirigentes.
Foi o que se fez, na Candidatura e Concelhia de Abrantes, na boa fé e cientes de que a opinião de repúdio generalizada dos outros 70 candidatos - a cada passo e a cada hora se veio a provar, que esse repúdio caminhava para a unanimidade e que a reunião magna de candidatos do dia 27 de Junho, ratificou em absoluto - só restava ao candidato à Câmara confrontar essas duas deslealdades.
Entretanto, o candidato à Câmara e presidente Concelhio também terá contactado o Secretário Geral do Partido, sabendo se havia algum interesse partidário superior para haver coligação, e a mesma pergunta faria ao Coordenador Autárquico e ambos lhe manifestaram inteira solidariedade.
As reuniões da Concelhia foram decorrendo fora da sede, pois a chave da sede, quem a tem é o vice-presidente, o dono do espaço. Reuniões tanto mais facilitadas, dada a coincidência de cinco desses dirigentes serem candidatos e estarem em permanente diálogo e apoio ao presidente da Concelhia, e serem acérrimos defensores da candidatura do CDS, onde a única voz discordante será a do vice-presidente.
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O primeiro a perguntar se seria demitido foi o vice-presidente. O candidato à Câmara que é também o presidente da Concelhia terá dito que não o iria demitir, acrescentando que se ele lhe fizesse chegar uma carta ou email dizer a pedir a demissão de candidato e de vice-presidente da concelhia a mesma seria logo aceite. E o vice-presidente terá dito que lhe iria fazer chegar esse email com o seu pedido de demissão. O que não fez.
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No dia seguinte, chegou a vez de ser contactado o cabeça de lista à Assembleia Municipal, que no dia seguinte à reunião com o candidato do PSD se ausentou de Abrantes em gozo de 10 dias de férias, o que também dá que pensar como é que alguém que abre um processo de coligação e logo a seguir se ausenta em gozo de férias, talvez já a pensar em justificar a sua ausência da reunião magna de candidatos autárquicos do CDS do dia 27, o que não deixa igualmente de ser muito estranho e suspeito, para quem tinha uma posição tão determinada no rompimento da candidatura. O que nos poderá levar a suspeitar do carácter, e do sentido das responsabilidades deste candidato ou no limite, admitir que neste processo, tenha apenas sido o "testa de ferro" de outros envolvimentos mais poderosos e tenebrosos.
Ao telemóvel não mostrou qualquer arrependimento, nem achou a sua acção como desestabilizadora e tão pouco pensou no que é que isso iria afectar as candidaturas dos outros 70 candidatos, tão sérios e credíveis cidadãos quanto ele. Tendo o candidato à Câmara tentado marcar um encontro para sábado, horas antes da reunião desse dia 27 para falarem pessoalmente, - a tal reunião que já há muito estava marcada e que parecia agora haver alguém a querer esvaziá-la - o cabeça de lista à Assembleia Municipal logo adiantou que não valia a pena esperar para sábado, pois podia desde já resolver tudo ali pelo telemóvel, declarando sair já da candidatura. Ao que o candidato à Câmara e presidente da concelhia CDS terá ripostado, que também não lhe iria pedir para reconsiderar o pedido ou ficar.
Quer isto dizer, que se houvesse vontade de dialogar e clarificarposições por parte do cabeça de lista àAssembleia ele seria sempre o primeiro a querer estar diante dos demais candidatos nessa reunião magna que se veio a realizar na Sala Nobre do General Avelar Machado, na Residencial Lírius. O mesmo se diga do vice-oresidente, queterá estado à porta da sala uns breves minutos e terá saído logo de seguida.
Não se vê aqui, qualquer abuso de autoridade do candidato à Câmara, tanto mais que é o Presidente da Concelhia e com ele tem todos os outros membros da direcção à excepção do vice-presidente, membros esses que são também candidatos autárquicos, pois nos pequenos partidos, não há nenhum dirigente que possa ou deva afastar-se de uma participação nas candidaturas autárquicas, por razões óbvias.
Nem nunca o Presidente da Distrital poderia colocar em causa a iniciativa do presidente concelhio ao aceitar as demissões. Devia até em primeira mão declarar à imprensa a sua solidariedade com o presidente concelhio e nunca a afirmação a desautorizá-lo, como fez à Lusa, de que "iria ouvir as partes e tomar as medidas necessárias".
Ao dizer que iria ouvir as partes estava apenas e tão somente a pôr em dúvida as palavras e a acção do presidente concelhio. Porquê?!
Não há nada que explique isso. Tanto mais que o Presidente da Distrital tinha classificado aquela reunião com o PSD, quando foi informado do sucedido pelo presidente concelhio, "de um disparate" e "de uma coisa de loucos"!!!
A menos que a história ainda não estivesse totalmente contada. E não estava. O Presidente da Distrital tinha sabido dessa reunião com o PSD pelo vice-presidente concelhio e terá até apoiado esse encontro ou pelo menos não a terá desaconselhado, como acabou por confirmar posteriormente e foi também essa a versão que o vice-presidente concelhio declarou à imprensa escrita e na Rádio Tágide.
Concluindo, o Presidente da Distrital que vem repetindo a nota de que em "candidatura apresentada já não se mexe", não se dispensou de ser conivente com esse desrespeito regulamentar interno do CDS apoiando essa reunião dita informal, também esta, condenada pelo regulamento interno do CDS, que exige antes das candidaturas apresentadas, - sublinhe-se - que as negociações de coligações se façam, instituição a instituição.
Como o candidato do PSD tornou pública a sua posição de nunca se sentar à mesma mesa com o presidente da Concelhia do CDS, o que mostra a sua fraca abertura democrática, usando palavras muito estranhas à vida prática normal de um advogado, que tem que falar e ouvir toda a gente, como é o seu caso, mais faz parecer que "o alvo a abater" era apenas e tão somente, o candidato à Câmara do CDS, a cujo jantar de apresentação o Presidente do CDS, Dr. Paulo Portas honrou com a sua presença e elogiou a seriedade e os bons princípios que o animam na defesa da sua terra. Está gravado em filme que passou nas televisões, nessa sexta-feira dia 13.
Quanto à legitimidade da intervenção do Presidente da Distrital, ela peca pela a ausência da necessária isenção. Quem andou a fazer o mal e a caramunha, como foi o seu caso, não parece ser a pessoa mais indicada para vir arbitrar este conflito.
Mas sobre esse conflito e essa falta de isenção os órgãos próprios do CDS saberão como actuar.
Conflito que só existe, porque alguém quer fazer passar a ideia, de que o cabeça de lista à Assembleia não pediu a demissão e que se alguma vez regressasse, sabendo do seu carácter instável e indeciso - foge às reuniões e aos encontros com medo de falar em público - nunca o teríamos a aceitar a candidatura, mesmo que assinada, pois a todo o tempo era pessoa para ir retirar a sua candidatura, já depois de apresentada em Tribunal.
João Pico e os cerca de setenta candidatos que lhe continuam a manifestar apoio e que só aceitam uma candidatura com a sua liderança, a liderança que tem faltado aos destinos de Abrantes, mantêm-se firmes e unidos.
UNIDOS POR ABRANTES POPULAR!

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