Os Estatutos e as deliberações tomadas em Conselho Nacional são claros quanto à elaboração das listas. Só quando são em coligação é que obrigam à intervenção e liderança da Comissão Política Distrital.
Em Abrantes mandam os abrantinos. E na Concelhia mandam os órgãos próprios e os militantes concelhios.
Logo as afirmações do Sr. Margarido à Lusa quando diz que “desde o princípio da constituição das listas que tenho dito ao João Pico que o melhor era uma coligação com o PSD. Sempre me disse que não, não, não…”, não são exactas, nem estão bem situadas no tempo e são abusivas da sua parte, demonstrando uma clara ingerência nos poderes da Concelhia, aos quais era estranho, pela sua natureza de não ser dirigente, nem sequer militante do partido.
Tão pouco lhe era lícito tentar influenciar e atrair para a sua intenção e acção desestabilizadora, outros dirigentes ou candidatos, só tendo logrado arrastar consigo o vice-presidente da concelhia conforme veio a acontecer.
E quando fala em "desde o princípio que quis coligação", isso não é verdade. De resto, se quisesse ser coerente com essa solução, nunca deveria ter aceite aquele lugar na candidatura do CDS. Ao ter aceite quando se lhe conhecem agora essas suas reservas, isso pode querer significar que o Sr. Margarido desde o primeiro dia que andou a elaborar em má fé e premeditação grave. É essa a ilação a retirar.
De sublinhar ainda, que o Sr. Margarido só confirmou a aceitação da sua candidatura, na noite do dia 13, momentos antes do jantar do CDS, onde o presidente do Partido Dr. Paulo Portas, foi muito claro, quanto à autonomia da candidatura do CDS em Abrantes.
Portanto, esse "desde o princípio" só poderia ser muito posterior às listas preparadas, negociadas e elaboradas apenas em nome do CDS/PP e que começaram muitos meses antes.
Apanhado em falta e confrontado com o presidente da Concelhia João Pico, pelo encontro com o candidato do PSD, o Sr. Margarido manifestou de sua livre iniciativa, nessa terça-feira dia 23, afastar-se imediatamente da candidatura, não querendo já falar com João Pico no sábado dia 27, umas horas antes da reunião marcada com os demais candidatos, como este lhe propusera.
A marcação desse encontro com todos os candidatos do CDS já estava anunciada a todos, com excepção do Sr. Margarido que esteve incontactável, desde os dias 17 e 18 de Junho.
Aliás, o vice-presidente oito dias antes do encontro com o candidato do PSD, já andava a preparar a sala do nº 53 da Avª 25 de Abril para a reunião, apenas e tão somente, com os candidatos do CDS, no dia 27.
Estranha-se portanto, essa precipitação em querer fazer uma reunião com o PSD, a 19 de Junho, um dia depois de estarem todos já avisados para a reunião só CDS do dia 27 e quando o vice-presidente andava a preparar a sala para a reunião de 27, muito naturalmente, apenas e tão somente, com os candidatos do CDS.
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